operadora móvel Vodacom ultrapassou os 11 milhões de clientes em Moçambique, um aumento de 8,5% num ano, mas as receitas por utilizador caíram quase 25%.

“O desempenho de Moçambique foi decepcionante, com a diminuição das receitas de serviços durante o ano, mas as recentes reformas regulamentares sobre preços deverão melhorar significativamente as perspectivas do mercado”, lê-se no relatório financeiro do ano fiscal terminado no dia 31 de Março, a que a Lusa teve acesso esta sexta-feira, 14 de Junho.

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De acordo com o documento, a receita média por cliente da Vodacom Moçambique caiu em 31 de Março de 2024 para 151 meticais (2,20 euros) por mês, menos 24,1% face aos 199 meticais (2,90 euros) a 31 de Março de 2023.

No sentido contrário, no final de Março a empresa contava com cerca de 11,6 milhões de clientes, contra 10,7 milhões um ano antes. A operadora internacional refere igualmente no relatório – com dados ainda das operações no Lesoto, Tanzânia, República Democrática do Congo, África do Sul e Egipto – que as receitas da Vodacom Moçambique recuaram 11,8%, para 23,2 mil milhões de meticais (338,3 milhões de euros), contra 26,3 mil milhões de meticais (383 milhões de euros) no ano fiscal anterior.

A empresa opera nas telecomunicações – uma das três com actividade no País – desde 2003, tendo como accionistas a Vodacom International (85%) e parceiros locais, como a Empresa Moçambicana de Telecomunicações (1,99%), a Intelec Holdings (6,5%) e a Whatana Investments (6,5%).

O documento sublinha ainda que o grupo atingiu, nos vários países em que opera, os 200 milhões de clientes, quando assinala 30 anos de actividade. “Esperamos que as recentes reformas regulatórias em Moçambique melhorem significativamente as nossas perspectivas neste mercado”, lê-se na mensagem do director-executivo do grupo internacional Vodacom, Shameel Joosub, no relatório.

Contudo, o Instituto Nacional de Comunicações de Moçambique (INCM) suspendeu no dia 4 de Junho a resolução que fixa limites mínimos das tarifas de telecomunicações, conforme orientação do Governo, e anunciou “estudos adicionais” antes de avançar com novas medidas, após forte contestação social.

“Decorrem estudos adicionais, em coordenação com as operadoras de telefonia, no sentido de dar seguimento às recomendações do Conselho de Ministros”, refere um comunicado do INCM.

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