O chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, diz estar disponível para encontro com outros candidatos às presidenciais moçambicanas de Outubro próximo, após ter sido criticado pela Renamo por ter tirado uma fotografia com Daniel Chapo, candidato presidencial da Frelimo.
Marcelo Rebelo de Sousa foi criticado pela Renamo por ter tirado fotografia, na semana passada, com o secretário-geral interino da Frelimo e candidato à Presidência da República nas eleições de 9 de Outubro próximo em Moçambique, Daniel Chapo.
A Renamo acusou, esta terça-feira, o Presidente português de “envolvimento” na pré-campanha da Frelimo, por se ter encontrado com o candidato presidencial do partido no poder em Moçambique.
“A Renamo, surpreendida, manifesta o seu desagrado sobre este acontecimento e lamenta o envolvimento do Presidente de Portugal na pré-campanha, na esperança de melhor ponderação”, lê-se num comunicado da “Perdiz”.
O partido Renamo diz que “viu com estranheza o encontro entre o Presidente da República Portuguesa (…) e o candidato da Frelimo às eleições presidenciais de Outubro próximo, Daniel Francisco Chapo”.
O encontro, em momento de pré-campanha eleitoral, pode ser interpretado como “apoio” do chefe de Estado português, em plenas funções, ao candidato presidencial do partido Frelimo e igualmente secretário-geral interino da Frelimo, diz a Renamo. Refere ainda que é fiel ao princípio universal da não ingerência nos assuntos internos de outros países, estando comprometido com o estreitamente das relações de cooperação e de amizade com o “país irmão”, Portugal.
Perante a reacção da Renamo, a Presidência portuguesa nega favorecimento e garante que, “se o Presidente for convidado para um jantar por outros candidatos às Presidenciais moçambicanos, terá a mesma disponibilidade”.
É de recordar que Daniel Chapo efectuou visita de trabalho a Portugal de 28 a 30 de Junho, no quadro do fortalecimento das tradicionais e históricas relações de “amizade e cooperação” existentes entre a Frelimo, o PSD (Partido Social-Democrata), actualmente integrado na Aliança Democrática (AD), no poder, e o Partido Socialista (PS), o principal da oposição.
Nas cidades de Lisboa, a capital, e Porto, no Norte do país, Chapo e a sua comitiva mantiveram igualmente contactos com as bases do partido Frelimo. A comitiva de Chapo era integrada por Amélia Muendane, membro da Comissão Política da Frelimo, Maria Benvinda Levy, assessora do Presidente Filipe Nyusi, João Machatine, coordenador do gabinete eleitoral do candidato às presidenciais, entre outros nomes.
Enviar um comentário