Colisão entre mota, carro e camião causa dois mortos em Leiria
O trânsito esteve condicionado até ao meio-dia.
Pelo que o JN conseguiu apurar, o condutor do motociclo Z3 circulava a uma velocidade reduzida, à frente do veículo de alta cilindrada, quando sofreu o embate, que lhe terá causado a morte imediata. José Luís tinha 69 anos e, antes de se reformar, trabalhava nas oficinas da Câmara de Leiria. Divorciado, vivia com a mãe em Santa Eufémia, e deixa dois filhos maiores, residentes no estrangeiro.
Quanto a Tito Morgado, dentista de 40 anos, não resistiu aos ferimentos. “Foi retirado do veículo com múltiplas fraturas nos membros inferiores e superiores, e um grande golpe na face”, adianta ao JN José Ritto, comandante dos Bombeiros Sapadores de Leiria. “Possivelmente, ficou ainda com lesões internas”, acrescenta.
A vítima esteve a ser assistida na sala de emergência nas urgências da ULS de Leiria até chegar um helicóptero para o transportar para Coimbra, mas como “não se encontrava estável” foi mantida em Leiria, informa fonte da instituição.
Ricardo Vieira, comandante do Destacamento de Trânsito da GNR de Leiria, que chegou ao local cerca de 20 minutos depois do acidente, explica que após a colisão com o ciclomotor, ocorrida no sentido norte/sul, “houve uma eventual perda de controlo da parte do condutor do veículo ligeiro, que colidiu de frente com um camião, que circulava no sentido oposto”.
Após o embate, terá feito uma pirueta e a viatura ficou em cima do separador central. O desencarceramento foi, por isso, mais complexo do que é habitual, pois o veículo teve de ser imobilizado em cima do separador, para proteger a vítima, que viajava sozinha. “O médico da VMER e pessoal do INEM acompanharam a operação”, assegura José Ritto.
“Todos os veículos envolvidos tiveram de ser rebocados do local, pois ficaram impedidos de circular”, conta Ricardo Vieira. O trânsito esteve condicionado até ao meio-dia, altura em que terminaram as operações de limpeza da via. A circulação esteve a ser feita por uma via paralela ao IC2. O acidente está a ser investigado pelo núcleo de investigação criminal de acidentes de viação da GNR de Leiria.
Amigo reconheceu o corpo
Fernando Paiva encontrava-se a distribuir pão de madrugada, e encostou o carro quando viu o acidente e reconheceu a mota de José Luís. Quando o guarda da GNR percebeu que conhecia a vítima, perguntou-lhe se não se importava de reconhecer o corpo, pois o homem não tinha documentos de identificação.
O amigo de José Luís confirmou a sua identidade, e como sabia que ele andava sempre com uma “bolsa preta” onde tinha os documentos, foi à procura dela e encontrou-a uns metros mais à frente, junto ao capacete e aos sapatos. “Não tinha lá nada dentro, pois estava toda rebentada, e o dinheiro estava espalhado no chão”, recorda. Depois, foi a casa da mãe para lhe contar o sucedido, mas ninguém abriu a porta.
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