ANC critica partidos que usam imprensa para exigir cargos no Governo de Unidade Nacional da África do Sul

 

ANC critica partidos que usam imprensa para exigir cargos no Governo de Unidade Nacional da África do Sul

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O ANC critica partidos políticos que usam a imprensa para exigir cargos no futuro Governo de Unidade Nacional da África do Sul.

Num comunicado emitido, esta segunda-feira, o ANC afirma estar preocupado com  alguns partidos que têm feito exigências bizarras e ultrajantes por cargos específicas do futuro executivo, através dos meios de comunicação social.

A carta, assinada pelo Secretário-geral do ANC, Fikile Mbalula, sublinha que a responsabilidade de nomear o governo cabe ao Presidente Cyril Ramaphosa, á luz da Constituição.

Apesar de não se ter referido a nenhum partido em concreto, o comunicado do ANC é visto como uma resposta ás exigências da Aliança Democrática, que constam de uma carta, supostamente enviada para Fikime Mbalula, mas que vazou na imprensa.

Na referida missiva, a Aliança Democrática exige a vice-presidência do país; 12 cargos Ministeriais e respectivos vices e uma palavra a dizer na nomeação dos directores-gerais dos Ministérios.

A lista de Ministérios na mira da Aliança Democrática incluem o dos Recursos Minerais e Energia; Transportes; Ensino Superior, Ciência e Tecnologia; Relações Internacionais e Cooperação; Industria, Comércio e Concorrência; Assuntos Internos e Justiça.

Sobre o posto de vice-presidente da África do Sul, a Aliança  Democrática deixa claro que só desiste desse pedido se o ANC concordar em  nomear um Ministro  na Presidência do DA, que também é designado como Líder dos Negócios do Governo e que  participa plenamente no desenvolvimento de políticas e nas responsabilidades de monitorização da Presidência.

A desistência da vice-presidência implicaria também a nomeação de  um Vice-Ministro das Finanças, que participe plenamente na  gestão do orçamento.

No comunicado desta segunda-feira, o ANC refere que negociar vazando a lista de exigências para a comunicação social é um acto de má-fé e que essa prática não vai ajudar a causa de nenhuma das partes.

O ANC alerta ainda que o Governo de Unidade Nacional não pode ficar refém de nenhum partido político.

Estes factos vêm reforçar o entendimento de que as negociações para a formação do Governo de Unidade Nacional estão  enfrentar dificuldades no que diz respeito à atribuição de cargos ministeriais.

O ANC destaca que o futuro Governo deve ser constituído tendo em consideração, entre outros, os resultados eleitorais de 2024  e também a experiência e competência no que diz respeito à atribuição de cargos específicos.

Com a tomada de posse de Cyril Ramaphosa, a África do Sul está sem governo desde a última quarta-feira, sendo que o dia-a-dia dos Ministérios é actualmente gerido pelos directores-gerais, o equivalente a directores nacionais.

Na habitual carta semanal, que escreve ao sul-africanos, o  presidente Cyril Ramaphosa disse  que as disputas contínuas sobre a partilha de poder e cargos não devem inviabilizar a formação de um governo de Unidade Nacional.

Ramaphosa apela aos  10 partidos, que assinaram a declaração de intenções, a mostrarem o seu compromisso com o processo de formação do futuro executivo e com o país.(RM Johannesburg)

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