O antigo ministro dos Recursos Minerais e Energia diz que, para além de investir em actividades comerciais, é preciso potenciar a actividade produtiva para o alcance do desenvolvimento do país. Já o primeiro-ministro defende, mais uma vez, a aposta no trabalho como forma de se sair da pobreza. As personalidades falavam após a cerimónia dos 49 anos da Independência Nacional, na Praça dos Heróis.
49 anos depois da independência, 67 por cento da população moçambicana vive no limiar da pobreza, de acordo com a estratégia nacional de desenvolvimento 2025-2044. Questionado sobre as possíveis soluções, o primeiro-ministro diz que só o trabalho pode tirar as pessoas da pobreza.
“O importante é trabalhar”, disse, referindo que qualquer trabalho, físico ou intelectual, que não viole as leis fundamentais, que traga recursos às pessoas, é fundamental para ajudar as pessoas a resolverem os seus problemas.
Uma outra figura que reagiu a esta efeméride foi o antigo ministro dos Recursos Minerais e Energia, Castigo Langa. Ele defende que o país deve encontrar-se, sobre qual é o seu programa económico de desenvolvimento e seguir, fielmente, essa política.
“Nós temos muita actividade, mas mais voltada para o comércio, compra e venda disto. Mas nós temos que potenciar a actividade produtiva. E a actividade produtiva precisa de um pouco mais de conhecimento específico sobre como funciona, um tipo de organização específica, sobretudo porque a actividade produtiva, hoje, não é isolada, estamos num contexto regional, global, e temos que ter uma economia competitiva, para que o nosso país e todos os agentes envolvidos possam ter vantagens.”
O terrorismo em Cabo Delgado é também uma mancha para a paz, de acordo com o provedor de Justiça e a presidente da Assembleia da República, que estiveram presentes nas celebracoes da efemeride.
“Há vários outros desafios na arena económica e social, mas o importante é que nós, enquanto moçambicanos, devemos continuar a lutar para construirmos um país cada vez melhor, um país cada vez mais inclusivo, um país em que todos os moçambicanos se sintam parte desse país”, referiu Isaque Chande.
Já Esperança Bias apela a todos para continuarem a lutar, “através do seu trabalho nas diferentes frentes, para que Moçambique continue a beneficiar dos frutos da independência, mais acesso à água, mais acesso à educação”.
Ouvimos o general na reserva, António Hama Thai, sobre os desafios de Moçambique independente, ao que nos respondeu que o país ainda está em busca do tão sonhado desenvolvimento.
“A meta de desenvolvimento de uma nação nunca é cortada, tem distintas etapas.
Se vos lembrar, um dos parágrafos do programa de 1962 estabelecia que era preciso construir o Moçambique, de país subdesenvolvido para um país desenvolvido, um país industrial, econômico, próspero e forte. Sucede, efectivamente, que Moçambique ainda não é esse país desenvolvido. Daí que olho para os 49 anos com muita esperança, no sentido de que a juventude, podendo capacitar-se, sobretudo, ter o domínio técnico-científico daquela área das ciências que nos pode permitir promover esse desenvolvimento”, defendeu.
Já o ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, chamou a juventude a dar o seu contributo na resolução de problemas, até de transporte.
“Problemas existem, temos que reconhecer isso, mas não são os desafios que vão determinar a intensidade do nosso desejo e a nossa aplicação para atingir o melhor para todos. Nós acreditamos que com o empenho e envolvimento de todos, principalmente da juventude, vamos encontrar soluções para os nossos problemas de transporte”.
E o caminho, de acordo com o secretário-geral interino da Frelimo, é a independência económica.
“Em 25 de Junho de 1975, a independência foi proclamada, mas foi mais uma independência política e como países africanos continuamos a depender do apoio externo, sobretudo para o nosso orçamento do Estado. Achamos que é fundamental continuarmos a fazer investimentos, sejam públicos ou privados, com o objectivo de alcançarmos a nossa independência econômica”, defendeu.
Além de políticos, participaram na cerimónia central do Dia da Independência titulares de órgãos de soberania, diplomatas, sociedade civil, entre outros.
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