Empresa chinesa com operações em Moçambique suspensa por cooperar com milícias armadas na República Centro-Africana

 

Empresa chinesa com operações em Moçambique suspensa por cooperar com milícias armadas na República Centro-Africana

O governo da República Centro-Africana anunciou a suspensão das actividades da empresa chinesa Daqing SARL, que operava no sector da mineração naquele país, devido a acusações de cooperação com milícias armadas.


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Empresa chinesa com operações em Moçambique suspensa por cooperar com milícias armadas na República Centro-Africana

De acordo com o decreto do governo, tornado público no sábado passado, o Ministério das Minas acusou a empresa de manter "inteligência com grupos armados, realizar extracção ilegal, introduzir ilegalmente estrangeiros em zonas mineiras, não pagar impostos e não apresentar relatórios de actividade".

A Daqing SARL operava na cidade de Mingala, localizada no sul da República Centro-Africana, uma região afectada por combates entre as forças armadas do país e a Coligação de Patriotas para a Mudança, um grupo rebelde antigovernamental.

Desde 2013, a República Centro-Africana tem estado em conflito após rebeldes predominantemente muçulmanos tomarem o poder, forçando o Presidente François Bozize a abandonar o cargo, o que desencadeou uma resposta violenta de milícias predominantemente cristãs.

Em Moçambique, a Daqing SARL foi vencedora, em 2010, de um concurso internacional para a perfuração de gás natural, num investimento avaliado em 15 milhões de dólares.

Em Fevereiro de 2011, empresas chinesas, incluindo a Daqing, solicitaram ao governo moçambicano licenças para a prospecção e posterior exploração de diversos recursos minerais em várias regiões do país.

Moçambique enfrenta também desafios internos significativos, especialmente na província de Cabo Delgado, onde uma crise de extremismo violento já resultou em mais de um milhão de deslocados internos, segundo a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).

Além disso, o país está a fazer esforços para sair da lista cinzenta do Grupo de Acção Financeira (GAFI), que identifica países vulneráveis ao financiamento do terrorismo e ao branqueamento de capitais.

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